terça-feira, 15 de maio de 2012

Curso: 'sentir'


O curso foi muito significativo, pois possibilitou a troca de experiências, a construção de um blog, além da análise de uma questão do Enem. Apesar de eu já ter feito em outros cursos, tive de recordar alguns passos e interagir com as demais colegas do grupo. Quando o blog ficou pronto, fiquei muito contente, pois tínhamos conseguido a primeira etapa. Em seguida, publicar os textos com as imagens de acordo com cada texto também foi muito interessante. Ou seja, o processo de pesquisa, seleção, recorte...
A atividade de produção textual para se publicada no blog foi desafiadora. Eu tive de me imaginar repórter, imaginar a cena para poder criar o texto. Gostei da atividade porque me fez ‘sentir na pele’ este processo de criação, pensar nos elementos constitutivos de uma notícia, pensar no público alvo, classe A e B, pensar em lead, manchete, linguagem objetiva etc. Que desafio!!!
A partir do curso, adquiri mais conhecimento para conversar com os alunos e poder, com eles, criar um blog da turma, assim que a nossa SAI estiver funcionando novamente. É um recurso muito bom de interação/contato com os alunos. Um diário virtual para a turma.
Cada curso que faço me ajuda na minha prática pedagógica e na minha formação profissional. Nem sempre é possível cumprir 100%, mas o importante é saber aproveitar os recursos em busca de uma aprendizagem mais significativa. 
                                                                                                                                          (GBS 15/5/12)



Desafios superados



Ao saber do curso, fiquei bastante animada em realizá-lo, uma vez que sou formada em Letras e Pedagogia e atuo como Supervisora de Ensino e gosto muito de ler e realizar cursos voltados para o desenvolvimento da competência leitora e escritora para que possa refletir com a equipe nas escolas.

Quanto iniciei o curso, considerei que seria uma tarefa fácil, pois como gosto de ler e considerava ter facilidade em interagir através da escrita. Mas, o que eu não esperava era me deparar com o desafio de realizar um blog em conjunto. Ufa!! Pensei, por um momento, que não iria dar conta da atividade. Afinal de contas, nunca havia criado um blog.  Como conseguiria interagir com o meu grupo, com horários tão diversos e tantas tarefas que cada um possui em seu dia-a-dia? Medo de algo novo? Possivelmente. Contudo, resolvi entrar e encarar o desafio de entender como se dava o processo de criação de um blog. Errei, tentei, errei, interagi com as colegas e aos poucos fui sentindo-me mais confiante e querendo realizar a atividade. Ao ler os textos, ver os blogs dos outros grupos, vi o quanto aquela ferramenta proporcionava uma interação enriquecedora. Ler o que estamos acostumados é fácil; difícil é enfrentar o novo, porém, o desafio me mobilizou a sair da acomodação, da zona de conforto. Outro desafio: apesar de gostar bastante de ler e escrever, criar textos e tê-los “avaliados” por outros colegas, me parecia algo assustador! Mas a experiência foi bem bacana, uma vez que ela me fez refletir sobre o ato de escrever, uma vez que o texto além de lido no fórum, seria publicado em um canal de comunicação online, onde o acesso é livre. Mais uma vez, a reflexão, a conversa com os colegas, o fato de todos pertencerem a um grupo com interesses e profissão afins, foi bastante relevante para aumentar o desejo de criar os textos e visitar os blogs, conhecendo as criações e entender o objetivo do curso e o quanto ele proporcionaria a todos uma aprendizagem. A tecnologia é uma ferramenta fabulosa, contudo, é a nossa atuação que faz com que ela ganhe o verdadeiro sentido na nossa vida e na do educando. 
Desta forma, cada leitura indicada pelo curso, cada atividade proposta, cada experiência socializada nos fóruns, me fez refletir sobre o quanto a atuação do professor em sala de aula, propiciando boas situações de aprendizagem é fundamental e, o quanto nós, educadores, devemos socializar e incentivar estas ações.
Experiência bem bacana e que agradeço a todos pela contribuição!

Abçs,

Lilian Cavalheiro


Relato reflexivo de encerramento do Curso Escrita e Leitura em Contexto Digital


Proveitoso

O Curso Leitura e Escrita em Contexto Digital foi proveitoso. Ele me permitiu refletir o quanto os suportes que serviram/servem às interações humanas modificaram-se. É legal pensar que, em cada época, o homem faz uso de sua criatividade para construir tecnologias que atendam às suas necessidades comunicativas. Hoje, temos os computadores, um suporte muito interessante, que já está sendo de grande valia para os homens, mas que será melhor ainda, quando seu uso for naturalizado, quando as pessoas perderem o medo de usá-lo. E claro, quando todos tiverem acesso à telinha...

O conteúdo deste curso já está sendo implementado em salas de aula em que atuo. Já fiz uso dos depoimentos de leitura e de escrita constantes do AVA para trabalhar o Projeto Leitura da escola estadual em que atuo. Já comentei em sala sobre as mudanças pelas quais os suportes passaram. As informações deste curso, aliadas com as de outro que, coincidentemente, está discutindo as questões concernentes ao uso do computador em sala de aula, estão enriquecendo a minha prática.

O uso da tecnologia digital em sala de aula... Ah, esse é um longo caminho a percorrer...Neste curso, trabalhamos com o gênero blog. Foi bom conhecer um pouco essa esfera de circulação de textos. Foi bem legal ver os meus textos postados em um BLOG. Como sou importante! Vocês podem estar me achando boba, mas nunca havia feito uso desse suporte. Deu para notar o porquê de o caminho a ser percorrido rumo a inserção da tecnologia digital na sala de aula ser longo? Mas com iniciativas como a desse curso e com a boa vontade do professor, num futuro, que espero não ser tão distante, possa haver a apropriação de mais essa ferramenta que, se bem usada, pode promover grandes melhorias na área educacional deste país...

terça-feira, 1 de maio de 2012


Mulheres


Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora.

Luís Fernando Veríssimo (http://pensador.uol.com.br/textos_de_luis_fernando_verissimo/ acesso em 1/5/12)


Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

(Luís Fernando Veríssimo)

Dicas de sites de bibliotecas...




Biblioteca Virtual - Literatura 
www.biblio.com.br
Textos e biografias de centenas de autores de Língua Portuguesa. Também possui dicionário. 

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes (em espanhol)
www.cervantesvirtual.com 
Especializada em cultura hispano-americana. Possui milhares de obras digitalizadas. Na Biblioteca de Autores contemporâneos estão páginas especiais sobre alguns dos mais importantes autores hispano-americanos do século XX.

Ciberoteca (em espanhol)
http://www.ciberoteca.com/homecas.asp 
Facilita o acesso a mais de 54 mil títulos literários, técnicos e científicos disponíveis na Internet. Permite buscas por autor ou por título.
Bibliotecas On-Line 
http://www.historiaimagem.com.br/biblionline.php
Mais de 70 sites de bibliotecas existentes ao redor do mundo

Sobre o gosto da leitura na escola

Miriam Mermelstein

A autora enumera alguns pressupostos para a introdução dos alunos no mundo da literatura, como a importância de ter um ambiente cultural no qual o livro esteja presente, de ampliar o repertório do aluno apresentando-o a uma diversidade de gêneros textuais, de ensinar a ler com prazer, de respeitar as escolhas dos jovens diante do universo desvelado pelos livros. Aborda ainda a estreita ligação entre o ler e o escrever, oferecendo sugestões de exercícios para o desbloqueio da escrita criativa.

O professor de literatura e crítico literário, C. F. Moisés, com quem estudo há 10 anos, na apresentação de seu livro “Poesia não é difícil” cita questões muito comuns de serem ouvidas na escola: ‘Como posso gostar de poesia se não a entendo?’ ‘E como entender sem gostar?’ (1)

Ficamos em um círculo vicioso, uma armadilha, afirma o autor, pois como saber se gostamos (ou não) se não a conhecemos? Aí entra o papel do professor educador e mediador da cultura em introduzir novos conteúdos e novas experiências no mundo do aluno.

Mas como? Eis a questão crucial. O objetivo deste texto é enumerar alguns pressupostos e algumas atividades de linguagem como idéias a serem adaptadas por vocês, professores, em seus planos.

Um pressuposto refere-se à significação de um ambiente cultural na formação do leitor. Desde muito pequenos, os alunos podem ‘ler’ textos, entendido o verbo de forma não literal: quando o professor lê para a classe, quando o aluno conta suas vivências na roda, quando o aluno ouve o colega contar ou descrever algo, quando o aluno ouve uma cantiga e sua letra, quando o aluno ‘lê’ ilustrações de um livro, quando ele tem acesso constante aos livros da sala ou da biblioteca, quando sabe que a leitura é uma atividade valorizada pelo professor.
(...)
Outro pressuposto refere-se ao grau de complexidade dos textos e das atividades com textos. Não devemos poupar os alunos de novos desafios. A função da escola é ensinar novidades, ampliar o repertório do aluno com exposição de maior diversidade de gêneros textuais. A dosagem e as exigências serão planejadas considerando que a formação do leitor é um processo de amadurecimento. Quanto antes começar, mais sentido fará na vida do aluno-leitor.


O livro é um objeto inserido em um contexto. Tem autoria, propósito, um tempo e um espaço delimitado (de criação e de circulação). Saber sobre o autor e sua época, conhecer suas condições de produção ajuda a inferir sobre outros tempos e outros espaços. Um exercício interessante é o de comparar textos literários de uma mesma temática, mesmo local e épocas diferentes, ou textos oriundos de culturas diferentes abordando o mesmo tema. “É a polifonia e a pluralidade contra o monólogo e a palavra autoritária”. (Sonia Kramer) (2) Intertextualidade. Por exemplo, mixar conteúdos da História com textos literários também é um recurso em que ambas as áreas ficam enriquecidas.

Sabemos que a escola tem um plano a cumprir e dentro dele as atividades de linguagem que devem ser realizadas e avaliadas. Ensinar a ler com prazer, a tirar proveito pessoal da leitura esbarra quase sempre na questão do número de alunos na sala para acompanhar e na dificuldade em avaliar objetivamente o aproveitamento, o prazer e a fruição. Mas sem paixão não avançamos. Principalmente quando pisamos na seara da literatura. Ensinar as características estruturais dos gêneros, as combinações lingüísticas possíveis em um texto, a organização das palavras, a comunicação de idéias não devem matar o prazer, não podem impedir que a leitura faça sentido pessoal e íntimo na vida do aluno.
Outro pressuposto é respeitar a escolha do aluno. Imaginem uma pequena cidade em que seus habitantes só conhecem comida brasileira. Vivem tranqüilos sem saber ou sem querer saber o que existe de diferente lá fora. Aí chega um grupo de imigrantes do Oriente trazendo seus costumes, temperos e especiarias. O que pode acontecer?
A – os dois grupos não se comunicarem.
B – os dois grupos trocarem suas especificidades e criarem um terceiro grupo.
C – os dois grupos aceitarem as mútuas contribuições, mas manterem sua identidade.
Esse é um exemplo do que pode acontecer com quem tem contato com o conhecimento. Transformação. Mas não acontece de imediato, nem uniformemente. É um processo e, como tal, é variável. Especificamente na arte, e dentro dela na literatura, esse processo tem finalidade de aumentar a autoconsciência humana. “A literatura é um autêntico e complexo exercício de vida, que se realiza com e na linguagem”. Nelly N. Coelho (3)

As possibilidades combinatórias são muitas e cada um responde de acordo com sua história, seus sentimentos e possibilidades.

Imaginem agora se todas as pessoas da mesma cidade só conhecessem histórias de saci e lobisomem. Chega na cidade o grupo do Oriente trazendo histórias de califas e odaliscas, nunca antes ouvidas.
(...)
A leitura e a escrita são, portanto, construídas ao longo da vida escolar com respeito à individualidade, incentivo à narração pessoal, desejo de ser lido ou ouvido.
Atividade 3 - Produção do gênero textual: Notícia dirigida às classes A e B

Estudante de medicina é encontrado morto em Higienópolis


Na última segunda-feira (30), por volta das 5h, foi encontrado o corpo do estudante de medicina Jorge Carlos Albuquerque, de 20 anos, na região de Higienópolis. O rapaz estava desaparecido há dois dias.
A secretária Maria Adelaide, de 35 anos, disse que escutou a campainha da porta. “Achei estranho, pois ainda era muito cedo”, comentou. Ao abrir a porta, deparou-se com o corpo de um rapaz, gelado. Não havia ninguém na rua. Imediatamente, ligou para a polícia.
O pai, Dr. Leandro Albuquerque, disse que o filho não gostava de sair para baladas e era um moço reservado, mas tinha aceitado o convite de alguns amigos para irem a um barzinho na Vila Olímpia. Na manhã de sábado, “quando percebi que meu filho ainda não tinha chegado, tentei falar com um dos amigos, que disse que tinham saído do bar por volta das 4h”.
Quando a polícia chegou ao local, constatou que o rapaz tinha levado um tiro no peito. Logo em seguida foi encaminho o IML da região onde foi identificado. A polícia está investigando o que aconteceu na noite do crime.

                                                                                                                                               (GBS - 1/5/12)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Publicação de texto no gênero textual notícia dirigida às classes A e B, tarefa solicitada pelo curso já comentado neste blog


Uma manhã inusitada

               Na manhã de ontem, o empresário José Roberto da Silva (56), como de costume, acordou às 07h00m. Levantou-se, fez a higiene e preparava-se para o café e para a habitual leitura de jornal. Suas pretensões foram interrompidas pelo toque da campainha. Naquele dia, por uma eventualidade, a empregada não fora atender a porta. Ela estava no andar de cima do apartamento duplex, realizando suas tarefas. Silva, então, dirigiu-se à porta. Observou pelo olho mágico que não havia ninguém do outro lado. Em uma atitude inexplicável e imprudente, abriu a porta. Para sua surpresa, avistou um homem caído na entrada de seu apartamento. Silva desesperou-se. Olhou para todos os lados e não viu ninguém. Tomando outra atitude imprudente, tocou no homem e percebeu que ele não mais apresentava os sinais vitais. Apressadamente, dirigiu-se ao telefone e acionou a polícia. Em instantes, os policiais chegaram a sua residência. Procuraram nas roupas do desconhecido e não encontraram nenhum documento. Fizeram averiguações junto aos funcionários do prédio e ninguém soube dizer quem era o rapaz e todos relataram que não perceberam sua entrada no local. A polícia acionou o IML para a retirada do corpo e para a averiguação da causa mortis Todos os moradores foram intimados a depor no 59º DP, em data ainda ser definida. O caso, até então, tem se configurado como um grande mistério.

sexta-feira, 27 de abril de 2012


 

No Módulo 3 do curso, cada um do grupo deveria criar um texto pertencente ao gênero notícia, através  de uma sequência pré-determinada de acontecimentos. Esta notícia deveria ser criada para um jornal voltado para as classes A e B.

Notícia de Lilian:
Morador de prédio em Perdizes leva susto ao abrir porta do apartamento

Na manhã do último dia 25, um morador do condomínio Alpes, situado à rua Avanhandava, bairro de Perdizes, zona oeste de São Paulo, levou um susto quando abriu a porta do seu apartamento. Luiz Fernando de Queiroz Duarte e Silva, 29, advogado, se preparava para ir para o seu escritório por volta das 7h00 da manhã, quando ouviu a campainha tocar. Após algum tempo, dirigiu-se até a porta e ao abrir, deparou-se com um cadáver caído na soleira. “Fiquei apavorado”, relatou o advogado. “Aproximei do homem e verifiquei que ele tinha o corpo rígido e frio. Imediatamente, corri até o telefone e liguei para a central da polícia”, relembra Fernando.

Somente depois da chegada da polícia é que foi possível constatar que o cadáver tratava-se de  Paulo Henrique Sobreira, 44, técnico em eletricidade. Segundo a empresa onde Paulo trabalhava, o funcionário iniciara o seu trabalho naquele dia e, supostamente, errou o número do apartamento onde faria o serviço. Segundo o laudo médico, Paulo teve um ataque cardíaco fulminante. Através do relatório da empresa Moreira & Associados, onde Paulo trabalhava, verificou-se que o funcionário foi chamado por uma moradora do prédio, que é vizinha do apartamento do advogado. “Provavelmente, ele errou o número do apartamento e tocou a campainha de Fernando”, afirmou o gerente da empresa.

Perplexo com o ocorrido, o advogado ressaltou que é preciso ficar atento ao nosso coração, cuidando dele para que não nos surpreenda ou surpreenda o coração do outro.

 (L.C.F.A– 27/04/2012)


terça-feira, 17 de abril de 2012


Duas boas experiências

A leitura, conforme nos disse Newton Mesquita, que atua no campo da pintura, "toca na sua essência". Não me lembro que idade tinha quando li Meu pé de laranja-lima, de José Mauro de Vasconcellos. Lembro, porém, do quanto me emocionou o episódio no qual o única pessoa amiga do narrador-personagem morreu. A tristeza do menino me contagiou. Também chorei. Emociono-me diante da solidão dos seres, emociono-me diante da separação provocada pela morte. Marilena Chauí nos diz que "descobrimos nossos próprios pensamentos e nossa própria fala graças ao pensamento e à fala do outro." As minhas fragilidades não foram descobertas pela leitura do referido livro, mas, com certeza, houve forte identificação de minha psiquê com o episódio comentado.

A escrita, por sua vez, também tem grande importância. Rubem Alves, educador, escritor e teólogo, relata que escreve esperando ser devorado pelos seus leitores. No Ensino Médio, passei por uma experiência que, de certa forma, tem relação com que diz Alves. Uma produção de texto que fiz sobre o tema a mulher foi elogiada pela minha professora de português Maria José e lida para toda a classe. Foi um grande presente que recebi. Era meu aniversário...


Parte da minha história

 
Nascida em Itapecerica da Serra, sou a caçula de uma família de 7 irmãos. Meus pais sempre foram muito simples, mas extremamente dedicados e carinhosos. Minha mãe, uma mulher sábia e minha primeira mestra!!Morávamos em sítio e tínhamos alguns livros em casa, os quais minha mãe guardava como relíquia.  Um deles, jamais esquecerei, O Pavão Misterioso. Foi deste livro que minha mãe retirou o nome da minha irmã mais velha: Creusa. Ouvia esta história sempre e ficava encantada. Meu avô paterno, também levava revistinhas Almanaque Fontoura que eram distribuídas nas farmácias e eu ficava ouvindo minha mãe e minhas irmãs contarem as histórias do Jeca Tatu, anedotas, curiosidades... Hummm!! Quanta saudade... Eu ainda não estava na escola, tinha uns 5 anos de idade. Meus irmãos adoravam me contar histórias, principalmente as partes mais assustadoras dos contos de fadas (que maldade!).
Depois entrei para a escolinha rural e o contato com uma diversidade de livros, os quais eram apresentados pelo Professor Samuel e pela Professora Amábile (que mestres dedicados!) me fizeram ficar ainda mais encantada por este universo fantástico que é a leitura. Daí em diante , não parei mais... até transformar na Professora Lilian de Língua Portuguesa e com a tarefa de também apresentar aos meus alunos a magia e encantamento que é o universo da leitura. Hoje, continuo apaixonada por leitura. Atuo como supervisora de ensino e me empenho para persuadir os professores a envolver seus alunos nesta magia. (L.C.F.A - abril de 2012)


Uma vida de descobertas

A leitura é essencial hoje na minha vida. Não tenho muitas lembranças de como foi este processo. Na prontidão recordo-me de ter dado um caderno para a tia escrever as músicas que cantávamos para eu poder cantar em casa. Como? Não sei... pois não sabia ler ainda. Meus pais, com pouca escolaridade, nunca me incentivaram a ler, infelizmente, mas são os grandes responsáveis pela minha formação pessoal.
Na escola, já na 6ª série, lembro-me que a professora Ana Maria levava toda a sua série vaga-lume para escolhermos e lermos em casa. A partir daí surgiu a paixão pela literatura. E tudo mudou.
No EM, recordo-me das primeiras leituras obrigatórias dos clássicos da literatura, nunca antes ouvido. “Vidas Secas” foi o primeiro livro. E a cada bimestre, os seminários que aconteciam me instigavam a ir à biblioteca, uma linda e vasta biblioteca... Lia direto.
Quando comecei a dar aula, voltei a ler os da série vaga-lume e muitos outros paradidáticos, e até hoje, pois, como empresto aos alunos, preciso conhecê-los.
A leitura é para mim uma viagem a mundos (des)conhecidos. A cada livro que leio, aumenta mais o meu desejo de ler, conhecer, viajar... (GBS,2012)



A leitura engrandece a alma." (Voltaire)
A leitura do mundo precede a leitura da palavra." (Paulo Freire)
Sábias palavras de Rubem Alves sobre a Leitura

 O prazer da leitura

Alfabetizar é ensinar a ler. A palavra alfabetizar vem de “alfabeto“. “Alfabeto“ é o conjunto das letras de uma língua, colocadas numa certa ordem. É a mesma coisa que “abecedário“. A palavra “alfabeto“ é formada com as duas primeiras letras do alfabeto grego: “alfa“ e “beta“. E “abecedário“, com a junção das quatro primeiras letras do nosso alfabeto: “a“, “b“, “c“ e “d“. Assim sendo, pensei a possibilidade engraçada de que “abecedarizar“, palavra inexistente, pudesse ser sinônima de “alfabetizar“...

“Alfabetizar“, palavra aparentemente inocente, contém uma teoria de como se aprende a ler. Aprende-se a ler aprendendo-se as letras do alfabeto. Primeiro as letras. Depois, juntando-se as letras, as sílabas. Depois, juntando-se as sílabas, aparecem as palavras...

E assim era. Lembro-me da criançada repetindo em coro, sob a regência da professora: “be a ba; be e be; be i bi; be o bo; be u bu“... Estou olhando para um cartão postal, miniatura de um dos cartazes que antigamente se usavam como tema de redação: uma menina cacheada, deitada de bruços sobre um divã, queixo apoiado na mão, tendo à sua frente um livro aberto onde se vê “fa“, “fe“, “fi“, “fo“, “fu“... (Centro de Referência do Professor, Centro de Memória, Praça da Liberdade, Belo Horizonte, MG.)

Se é assim que se ensina a ler, ensinando as letras, imagino que o ensino da música deveria se chamar “dorremizar“: aprender o dó, o ré, o mi... Juntam-se as notas e a música aparece! Posso imaginar, então, uma aula de iniciação musical em que os alunos ficassem repetindo as notas, sob a regência da professora, na esperança de que, da repetição das notas, a música aparecesse...

Todo mundo sabe que não é assim que se ensina música. A mãe pega o nenezinho e o embala, cantando uma canção de ninar. E o nenezinho entende a canção. O que o nenezinho ouve é a música, e não cada nota, separadamente! E a evidência da sua compreensão está no fato de que ele se tranquiliza e dorme – mesmo nada sabendo sobre notas! Eu aprendi a gostar de música clássica muito antes de saber as notas: minha mãe as tocava ao piano e elas ficaram gravadas na minha cabeça. Somente depois, já fascinado pela música, fui aprender as notas – porque queria tocar piano. A aprendizagem da música começa como percepção de uma totalidade – e nunca com o conhecimento das partes.

Isso é verdadeiro também sobre aprender a ler. Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. “Erotizada“ – sim, erotizada! – pelas delícias da leitura ouvida, a criança se volta para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está lendo.

No primeiro momento as delícias do texto se encontram na fala do professor. Usando uma sugestão de Melanie Klein, o professor, no ato de ler para os seus alunos, é o “seio bom“, o mediador que liga o aluno ao prazer do texto. Confesso nunca ter tido prazer algum em aulas de gramática ou de análise sintática. Não foi nelas que aprendi as delícias da literatura. Mas me lembro com alegria das aulas de leitura. Na verdade, não eram aulas. Eram concertos. A professor lia, interpretava o texto, e nós ouvíamos extasiados. Ninguém falava. Antes de ler Monteiro Lobato, eu o ouvi. E o bom era que não havia provas sobre aquelas aulas. Era prazer puro. Existe uma incompatibilidade total entre a experiência prazerosa de leitura – experiência vagabunda! – e a experiência de ler a fim de responder questionários de interpretação e compreensão. Era sempre uma tristeza quando a professora fechava o livro...

Vejo, assim, a cena original: a mãe ou o pai, livro aberto, lendo para o filho... Essa experiência é o aperitivo que ficará para sempre guardado na memória afetiva da criança. Na ausência da mãe ou do pai a criança olhará para o livro com desejo e inveja. Desejo, porque ela quer experimentar as delícias que estão contidas nas palavras. E inveja, porque ela gostaria de ter o saber do pai e da mãe: eles são aqueles que têm a chave que abre as portas daquele mundo maravilhoso! Roland Barthes faz uso de uma linda metáfora poética para descrever o que ele desejava fazer, como professor: maternagem: continuar a fazer aquilo que a mãe faz. É isso mesmo: na escola, o professor deverá continuar o processo de leitura afetuosa. Ele lê: a criança ouve, extasiada! Seduzida, ela pedirá: “Por favor, me ensine! Eu quero poder entrar no livro por conta própria...“

Toda aprendizagem começa com um pedido. Se não houver o pedido, a aprendizagem não acontecerá. Há aquele velho ditado: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer a égua a beber“. Traduzido pela Adélia Prado: “Não quero faca nem queijo. Quero é fome“. Metáfora para o professor: cozinheiro, Babette, que serve o aperitivo para que a criança tenha fome e deseje comer o texto...

Onde se encontra o prazer do texto? Onde se encontra o seu poder de seduzir? Tive a resposta para essa questão acidentalmente, sem que a tivesse procurado. Ele me disse que havia lido um lindo poema de Fernando Pessoa, e citou a primeira frase. Fiquei feliz porque eu também amava aquele poema. Aí ele começou a lê-lo. Estremeci. O poema – aquele poema que eu amava – estava horrível na sua leitura. As palavras que ele lia eram as palavras certas. Mas alguma coisa estava errada! A música estava errada! Todo texto tem dois elementos: as palavras, com o seu significado. E a música... Percebi, então, que todo texto literário se assemelha à música. Uma sonata de Mozart, por exemplo. A sua “letra“ está gravada no papel: as notas. Mas assim, escrita no papel, a sonata não existe como experiência estética. Está morta. É preciso que um intérprete dê vida às notas mortas. Martha Argerich, pianista suprema (sua interpretação do concerto n. 3 de Rachmaninoff me convenceu da superioridade das mulheres...) as toca: seus dedos deslizam leves, rápidos, vigorosos, vagarosos, suaves, nenhum deslize, nenhum tropeção: estamos possuídos pela beleza. A mesma partitura, as mesmas notas, nas mãos de um pianeiro: o toque é duro, sem leveza, tropeções, hesitações, esbarros, erros: é o horror, o desejo que o fim chegue logo.

Todo texto literário é uma partitura musical. As palavras são as notas. Se aquele que lê é um artista, se ele domina a técnica, se ele surfa sobre as palavras, se ele está possuído pelo texto – a beleza acontece. E o texto se apossa do corpo de quem ouve. Mas se aquele que lê não domina a técnica, se ele luta com as palavras, se ele não desliza sobre elas – a leitura não produz prazer: queremos que ela termine logo. Assim, quem ensina a ler, isto é, aquele que lê para que seus alunos tenham prazer no texto, tem de ser um artista. Só deveria ler aquele que está possuído pelo texto que lê. Por isso eu acho que deveria ser estabelecida em nossas escolas a prática de “concertos de leitura“. Se há concertos de música erudita, jazz e MPB – por que não concertos de leitura? Ouvindo, os alunos experimentarão os prazeres do ler. E acontecerá com a leitura o mesmo que acontece com a música: depois de ser picado pela sua beleza é impossível esquecer. Leitura é droga perigosa: vicia... Se os jovens não gostam de ler, a culpa não é deles. Foram forçados a aprender tantas coisas sobre os textos - gramática, usos da partícula “se“, dígrafos, encontros consonantais, análise sintática –que não houve tempo para serem iniciados na única coisa que importa: a beleza musical do texto literário: foi-lhes ensinada a anatomia morta do texto e não a sua erótica viva. Ler é fazer amor com as palavras. E essa transa literária se inicia antes que as crianças saibam os nomes das letras. Sem saber ler elas já são sensíveis à beleza. E a missão do professor? Mestre do kama-sutra da leitura...